As coisas não acontecem por acaso… excepto este nosso novo blog!

Somos duas colegas ‘de números’ que partilham uma paixão comum: a escrita! Ambas gostamos de escrever e de ‘devorar’ livros como se não houvesse amanhã e, numa conversa que pensávamos ser inconsequente, desafiámo-nos uma à outra para escrever ‘Histórias a Quatro Mãos’…

O que nos propomos fazer é muito simples: vamos escrever histórias, em parceria improvável, testando os limites e a imaginação de cada uma. Cada uma de nós vai ser desafiada pela outra a dar seguimento a uma narrativa, cujo final será sempre um mistério, quer para as autoras, quer para os leitores.

Convidamos os nossos seguidores a irem opinando sobre o que vão lendo e dando sugestões.

Esperamos que seguir este blog seja uma experiência tão interessante quanto certamente será escrever tudo o que aqui irão ler!

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

20 - JFK


O voo para Nova Iorque fora uma viagem solitária para Daniel. Mas ele aproveitara para ler um livro, uma coisa que já não fazia há muito tempo, para ouvir os últimos sucessos da música brasileira que o seu colega Rodolfo lhe tinha gravado no IPod e para pensar nas voltas que a vida dá.
Ele estava a caminho de Nova Iorque.
Inevitavelmente o seu pensamento atravessou o Atlântico e foi ter com Mara. Nova Iorque sempre fora uma cidade com que eles sonhavam. O que é que ela diria se soubesse que ele estava a caminho? Ia certamente fazer-lhe um roteiro turístico, assinalando num mapa todos aqueles lugares que ela queria visitar, obrigá-lo-ia a ir a todos esses sítios e a fazer-lhe um relato detalhado, quando regressasse, do que tinha visto, do que tinha sentido, do que tinha comido. Mara era assim. E ele tinha saudades dela.
Como estaria ela? Há já alguns dias que Anna lhe enviara um e-mail que ele ainda não tinha tido a coragem necessária de abrir para ler. O título do e-mail era simplesmente: Mara. O seu receio de ler o conteúdo era maior do que a sua curiosidade, mas com as suas recordações e com a saudade, decidiu que a primeira coisa que iria fazer assim que chegasse ao hotel, seria ligar o seu portátil e ler o e-mail. Podia ser que Anna lhe estivesse a enviar notícias de Mara e não o raspanete que ele esperava – com certeza ela sabia do postal. E Anna não perdoava nada!
Ouviu finalmente o comandante a anunciar a eminente aterragem no aeroporto JFK em Nova Iorque. Apertou o cinto e encostou-se no seu assento. Pela primeira vez desde que o seu chefe lhe comunicara que teria que viajar até Nova Iorque, estava a sentir-se entusiasmado com a ideia. Sorriu, fechou os olhos e sentiu um nervoso miudinho a borbulhar na sua barriga. Apesar de não saber bem porquê…