Arrebatada pela excitação que crescia galopante, sentiu a razão abandonar o seu corpo. Já não era a sua mente que o comandava. Era a sua pele, que ardia, os seus braços, que o envolviam. Mara pensava lutar consigo mesma para acabar com aquele envolvimento, mas, a cada tentativa, o seu corpo ficava cada vez mais próximo do de John, como areias movediças! Sentia-se comprimir contra a sua secretária, sentia a força de John, o seu desejo descontrolado. Ia desistir de lutar contra esse fervor que a consumia por dentro, deixar-se levar. Mas John interrompeu o beijo profundo que os unia, passou levemente suas mãos desde as ancas de Mara até ao seu rosto fixando os seus olhos, hipnotizando-a. Um arrepio delicioso percorreu-a. Paralisada, Mara sentia a sua razão regressar aos poucos, mas os tremores que percorriam seu corpo não haviam amainado.
Nunca vira John daquela forma, tão física, tão íntima. À medida que a razão ia tomando conta dela novamente, o rubor do seu rosto voltava. Que estavam eles a fazer? Mara não sabia, mas John parecia confiante demais, seguro dos seus actos, certo do seu poder sobre ela. Afastou-se de Mara dirigindo-se calmamente para a porta. Mara permaneceu encostada à sua secretária, com receio de que suas pernas a denunciassem, revelassem a sua fraqueza.
- Suponho que a Sarah já te avisou – disse John como se nada se tivesse passado – Segunda-feira partimos para Nova York. Temos uma reunião para negociar a importação de alguns títulos.
Era uma ordem, não um pedido. Mas John não tinha o direito! Pensou ela. Mara era agora sócia, não sua subalterna. Quem era aquele homem que desaparecia pela porta do seu gabinete e o que fizera ele ao John que ela conhecia? Poderia uma pessoa ter mais do que uma faceta, como nos muitos livros que analisava? Talvez John estivesse fora de si e no dia seguinte tudo mudasse.
Sim, de uma coisa Mara estava certa, depois de ter sentido aos mãos de John cravadas no seu corpo (todo ele), de se ter perdido no seu beijo arrojado, nada mais seria igual. Pelo menos não para ela. Ainda não decidira bem como as coisas tinham mudado, mas também duvidava que a razão e decisões conscientes tivessem algo a ver com a sua situação. Naquele momento, para ela, John pertencia ao mundo do irracional.
Mara pegou novamente nas suas coisas e deixou o escritório. Para já não queria pensar na viagem a Nova York e na irritação que esta agora lhe provocava. Teria um par de dias para esquecer todo o incidente e cingir John apenas ao mundo profissional. Indagava-se se ele faria o mesmo.
A demora na resposta deveu-se a motivos de força maior. Falta de acesso à internet e um par de canadianas à mistura não ajudaram! Mas com entorse ou sem entorse...Su, destorce lá esta história agora. :)
ResponderEliminarDestorcerei com todo o prazer! :) Bem vinda no regresso ao nosso blog!
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