As coisas não acontecem por acaso… excepto este nosso novo blog!

Somos duas colegas ‘de números’ que partilham uma paixão comum: a escrita! Ambas gostamos de escrever e de ‘devorar’ livros como se não houvesse amanhã e, numa conversa que pensávamos ser inconsequente, desafiámo-nos uma à outra para escrever ‘Histórias a Quatro Mãos’…

O que nos propomos fazer é muito simples: vamos escrever histórias, em parceria improvável, testando os limites e a imaginação de cada uma. Cada uma de nós vai ser desafiada pela outra a dar seguimento a uma narrativa, cujo final será sempre um mistério, quer para as autoras, quer para os leitores.

Convidamos os nossos seguidores a irem opinando sobre o que vão lendo e dando sugestões.

Esperamos que seguir este blog seja uma experiência tão interessante quanto certamente será escrever tudo o que aqui irão ler!

sexta-feira, 19 de abril de 2013

16 - Um final de dia inesperado... ou não...

Pareceu a Mara que John passara pela porta do seu gabinete como um furacão, pois quando se apercebeu da sua saudação e olhou lá para fora, já nem sequer o viu, mas viu Sarah a passar carregada de pastas e segui-lo. Segundos depois ouviu a porta dele fechar-se com um estrondo.
Mara ficou atrapalhada perante Robert, e não teve outra reacção senão encolher os ombros.
- Bem Robert, entrego-lhe então o cartão que lhe pertence e ajudo-o a levar para o seu atelier estas flores lindíssimas. Peço-lhe imensa desculpa por não lhe ter dito nada durante o dia, mas de facto foi impossível – tive um dia de loucos!
- Ora essa, Mara! Não tem problema nenhum… parece-me que vou ter mesmo é uma missão pela frente de descobrir quem é que me admira assim tanto ao ponto de fazer uma coisa destas!
Ambos riram, encaminhando-se para a porta, levando algumas jarras de flores com eles. Juntos, ainda fizeram três viagens de transporte de flores para o seu destino final, rindo e conversando amigavelmente. Quando Mara pousou as últimas flores em cima da mesa de Robert, este disse:
- Obrigada pela ajuda, Mara. No entanto tenho que lhe dizer que, para mim, o ponto alto do dia foi ter recebido o telefonema da sua assistente e ter tido a oportunidade de conhecê-la a si… a Mara é um encanto! Não estranhe se um dia lhe encherem também o seu gabinete de flores…
Mara corou com o elogio – o que é que se passava com ela, que ultimamente parecia exercer um poder de atracção com todos os homens que a rodeavam? Despediu-se, meia atrapalhada, e desceu ao andar de baixo, pronta para colocar um ponto final no seu dia de trabalho. Ao chegar à porta da Booky, encontrou Sarah de saída que, mal a viu, suspirou e revirou os olhos:
- Aviso-te já que ele está mal-disposto! – disse Sarah, rebuscando ao mesmo tempo a sua mala, aparentemente à procura de algo – Não sei o que é que lhe deu, mas entrou aqui e parecia bem disposto, atravessou o corredor e quando o reencontrei já no gabinete dele, estava com a mão na porta à minha espera, de cara zangada e de seguida bateu a porta! Ah! Está aqui o meu telemóvel! Que cabeça a minha! – exclamou, exibindo a Mara o seu troféu electrónico - Olha, pediu para falar contigo antes de saíres… boa sorte! Com aquele mau humor, espero que não te contagie a ti também! Até amanhã!
Mara sentiu-se subitamente nervosa. Balbuciou um ‘Até amanhã’ a Sarah e dirigiu-se ao seu gabinete com passos lentos. De alguma forma estava a tentar ganhar tempo, pois durante todo o dia não tinha pensado como iria reagir ao encontrar-se com John. Começava a ficar ansiosa e veio-lhe logo à cabeça os acontecimentos da noite anterior e o beijo trocado com John. Mara sentou-se à secretária e levou inconscientemente as mãos aos lábios. Desligou o seu computador, arrumou as suas coisas, meteu na sua pasta um manuscrito novo para começar a ler à noite a pedido de John, projectando já na sua mente o design da capa tendo em conta o título provisório e, quando finalmente achava que estava pronta para enfrentar John, viu-o parado à entrada do seu gabinete, descontraidamente com as mãos nos bolsos e encostado à soleira da porta, observando-a.
- Pensava que já tinhas saído. – disse ele finalmente, sorrindo. Estava claramente com um ar cansado. O que lhe dava um ar estranhamente… sensual, pensou Mara.
- Há quanto tempo estás aí? – perguntou Mara, sentindo o seu coração acelerar, e o seu rosto a ficar corado, remexendo nervosamente em alguns papéis em cima da sua secretária, na tentativa de quebrar a troca de olhares. Nunca antes tinha dado conta que John era tão atraente. Para ela, ele era simplesmente seu amigo e irmão da sua amiga Anna. Quando é que ele tinha ficado com um sorriso tão cativante? Desde quando é que ele era tão… giro?
- Há tempo suficiente. – disse John, entrando no gabinete dela e aproximando-se da sua secretária. – O que é que aconteceu a todas as flores que estavam aqui há pouco?
- Nem vais acreditar! É uma longa história. – afirmou Mara, sentindo-se nervosa com a proximidade dele, e começando a falar algo atabalhoadamente, que não era nada seu hábito – Foi um mal entendido terem vindo aqui parar, mas o que importa realmente é que já estão no piso de cima, no gabinete de um dos arquitectos, que era efectivamente o verdadeiro destino delas! De facto, com o transporte das flores para cima, nem me dei conta das horas. Já é tarde, vou ter mesmo que sair, mas a Sarah disse-me que tu querias…
Ela nem se apercebeu, no meio do seu discurso nervoso, que John se tinha aproximado ainda mais e que não a tinha deixado acabar a frase, tocando no seu rosto delicadamente para o levantar e selando as palavras dela com um beijo. Desta vez, não tão leve e casto como o da noite anterior, mas sim cheio de desejo. Mara abandonou finalmente as suas defesas e deixou-se levar. Instintivamente rodeou o pescoço dele com os seus braços e nada mais existia à sua volta senão ela e ele, juntos, naquele momento.

3 comentários:

  1. Lamento, Si... mas vais ter que te desenrascar agora... :)

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  2. Força, Si, dá a volta a isto... precisa de algum movimento inesperado!
    Vamos lá, meninas!

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  3. Eu quero o livro de reclamações!!!!
    Andam as meninas a fazer publicidade que andam a escrever numa "velocidade alucinante", deste lado eu andava toda deliciada e de repente tumbas...deixam de escrever.
    Vá lá regressem lá á vossa escrita alucinante que eu já não passo sem a Anna, o John, a Mara e o Daniel e quero saber como esta história vai terminar.

    Bjs

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